A 85ª turma de Medicina da UnB marcou um feito inédito: entre os novos médicos estava o primeiro a ser formado pelo vestibular indígena. Josinaldo da Silva, representante da tribo Atikum, no sertão pernambucano, é o símbolo de um projeto de diversidade promovido pela UnB nos últimos dez anos. Engajado com a causa de seu povo, Josinaldo pretende usar o conhecimento adquirido na UnB no programa Saúde da Família, que leva saúde diretamente às comunidades.
Josinaldo da Silva, primeiro médico indígena a se formar no Brasil pelo sistema de cotas
Chegada a Brasília
Confesso que quando passei, não acreditei. A ficha demorou um pouco a cair. Foi no início de 2006. Vim com uma colega e aqui me reuni com um grupo de indígenas de outros cursos. Éramos 13 cotistas ao todo: além da Medicina, havia estudantes de Enfermagem, Nutrição, Biologia e Farmácia. Foi muito difícil no início. Precisamos pagar um aluguel caro, não tínhamos referências, conhecidos, ninguém que se dispusesse a ser fiador. Além disso, tínhamos uma bolsa de R$ 900. Todo mundo sabe que isso é pouco para a cidade. Nossa salvação foi a Dona Socorro, que nos acolheu na 706 Norte e agiu como um anjo. Era paciente e compreensiva, nos apoiava quando a bolsa atrasava e sempre negociava os pagamentos.
A adaptação na cidade
Eu preciso ser sincero. Estou aqui desde 2006, mas nunca me adaptei. Acho que nunca vou me adaptar. Brasília é agradável, tem um ambiente gostoso, é uma cidade tranquila, mas é muito fechada. Eu estranho ainda viver num apartamento. A gente que é do mato sempre sente falta da natureza. É o nosso mundo, sabe.
Desde a manhã de ontem, segunda-feira (25/02), equipes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Defesa Civil, Bombeiros e CETESB permanecem no terminal da Santos Brasil monitorando o episódio até seu desfecho. A empresa será notificada pela Prefeitura e convocada para uma reunião nos próximos dias para tratar das possíveis punições no âmbito administrativo
Fonte: Diário do Litoral